Entrada do Campus

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entrada do campus da universidade de londres (uma delas)
(ps.: eu não sei se esta realmente é uma das universidades pertencentes ao grupo que compõe a london university, a imagem é meramente ilustrativa)

Íris D'Alembert

Um sonzinho repetitivo de metal batendo, cíclico se aproximava. A corrente da bike vinha arrastando-se no chão e o pneu estava meio torto, mostrando que algum acidente havia acontecido.
Talvez não menos condizente com a situação da bicicleta estava a garota. Uns arranhões no braço e 2 ralados, no cotovelo e no joelho. Seu cabelo estava um pouco bagunçado e ela estava com alguns pedaços de grama grudados na roupa.
Apesar da aparência de alguém que parecia ter rolado um barranco, a menina tinha um rosto chamativo, uma energia forte emanava dela, viva.

~Ok... não deve estar muito longe - falava, visivelmente cansada de andar. Afinal, o lugar mais barato que tinha para concertar sua bike era uma oficina de um cara dentro da universidade. Não era lá o melhor serviço mas era o que conseguiria com seu dinheiro praticamente escaço.

Parou, tentando tirar um pouco da grama presa em sua roupa, deixando a bike cair
~depois do que você já passou hoje um tombo desses né nada! - falava com o objeto como se estivesse falando com alguém enquanto se agachava e mexia na mochila procurando algum pano para limpar sues arranhões

enquanto procurava viu uma caloura parada. Como sabia? Bem... Nenhum veterano ia ficar parado no meio da entrada segurando um mapa com cara de paisagem.

- hm...

Íris D'Alembert

Fuçou na mochila durante algum tempo até achar um pedaço de pano que sabe-se lá porque raios tinha guardado. Tinha um pouco de álcool em sua mochila que sempre guardava para a emergência de algum inseto novo aparecer.

- Isso deve servir... - falou, molhando o pano no álcool e esfregando nos machucados sem qualquer frescura.

Ainda estava agachada quando sentiu alguém se aproximando e tapando seu sol. Ela olhou para cima, seus olhos arregalando de imediato.

- Menina... toma cuidado que chegando desse jeito você não vai fazer muitos amigos por aqui não... - ela se levantou, com uma cara um pouco curiosa mas ainda meia estática pelo leve susto que a menina lhe dera
- Já penso em cortar esse cabelo?... Pintar de loiro? Ou quem sabe, hmm... - ela analisou a menina por um tempo - Chamar um exorcista?

Fez uma pausa dramática, logo rindo e olhando a menina

- To brincando! Esse negócio de exorcista é tudo balela! - ela riu, estendendo a mão para a menina - Você me assustou um pouco, sou Íris.. e... ahn... Íris D'Alembert... Acho melhor quando você se apresentar para as pessoas só dizer o primeiro nome... isso soa estranho e formal de mais por aqui... - ela guardou seu trapo na mochila, levantando a bike do chão

- Bem Yuki, bem-vinda à universidade, lar do sexo das drogas de rock'n roll... isso pode parecer clichê, mas te garanto que no mínimo um dos três vai cruzar sua vida... - ela deu uma piscada cúmplice, apontando na direção dos prédios - O alojamento feminino fica para lá... bem, é meu caminho, se quiser posso te ajudar...

Ela embolava a corrente perto do pedal, tentando dar um jeito naquilo.

Íris D'Alembert

Estranha. Era uma palavra que definiria perfeitamente a menina à sua frente. Japonesa, chinesa, coreana... hmm... não sabia bem o que era, mas com certeza era oriental!

- Irisu? tá com afita na boca menina? - perguntou um pouco curiosa, com a cabeça inclinada para o lado, quase lembrando um gato curioso - Hum... -chan... -chan... !!! AH! Lembrei! Tu é japonesa né? esse negócio é coisa daquela gente! - falou, animada pela epifania.

Terminou de ajeitar a corrente junto a bike. Não era um bom serviço mas iria prestar. Afinal, não era a primeira vez que aquilo acontecia, certo?
Kao dissera uma vez que ela parecia ter uma habilidade inata de quebrar as coisas. Patife! Não tinha uma habilidade inata de quebrar as coisas! Tinha era pouco dinheiro e só podia comprar coisas velhas! Afinal, todo estudante universitário é assim, né?

Ela começou a andar primeiro, esperando que a menina lhe acompanhasse. Calouros, bixos... apesar dos dois nomes significarem a mesma coisa ela gostava mais do segundo. Essa galera nova sempre passa por um trote e... Por que não fazer as honras da casa?

-Então... hmm... Yuki, né? A corrente acabou arrebentando, eu cai... Nada de mais, isso é comum por aqui. Na verdade é porque eu ainda não cumpri a tradição deste período da universidade...

Ela fez uma pausa, esperando que a menina mordesse a isca, suspirando preocupada, como se aquilo fosse uma coisa realmente importante.

- Sabe, há muitos e muitos anos, tantos que eu nem sei dizer quantos, começou uma tradição aqui na universidade. Todo mundo que entrava tinha que cumprir essa tradição, se você não fizesse, teria que a cada período que você permanecesse fazer algo novo, caso o contrário você ia ter má sorte - sua expressão ficava séria e preocupada - - hoje, a maioria dos alunos que entram não acreditam mais nessas superstições, os veteranos nem os forçam, porque sabem que os que não fizerem vão aprender da mesma forma que isso é verdade...
Ela deu um sorriso triste para a menina, respirando fundo, olhando para frente e continuando a andar enquanto falava
- Eu fui uma delas... achei que era tudo balela... agora estou aqui, tendo que cumprir essas tarefas período após período para que consiga terminar bem o meu curso...
Ela parou, olhando para a menina, um pouco aflita
Eu não posso te obrigar a nada, mas você parece ser uma menina bacana... Não estou pedindo que acredite em mim, mas... se acreditar, posso dizer para você o que é preciso fazer para que essa má sorte não te afete. Adoraria que pelo menos uma pessoa nova se vesse livre disso tudo....

Ela parou, ajeitando os cabelos que caiam sobre o rosto, segurando o guidão com força, a expressão aflita e preocupada encarando a menina, mas com o desejo de que ela acreditasse
Orientais são, por natureza, supersticiosos. Ela não iria se arriscar a por tudo a perder.